sábado, 13 de junho de 2009

Da força braçal à força mental




As relações do homem com o trabalho mudaram gradativamente com o passar dos anos, e isso só foi possível devido ao seu desejo de torná-lo o menos penoso, de forma que o desgaste causado pelo trabalho não fosse tão desconfortante.
Antes, a força braçal contava muito, pois este era o principal requisito para exercer aquelas profissões onde apenas o esforço físico era predominante. Porém, hoje, com os avanços trazidos pela era da informação, as principais características que se deve ter é o domínio sobre as inovações da informática e o acúmulo de conhecimento.
Essas significativas mudanças dentro do trabalho vieram especificamente com as Revoluções Industriais, que modificaram por completo as relações do homem com o trabalho, partindo do artesanato e outros empregos extremamente ligados à força física para o uso das máquinas. Hoje a força não é tão importante se você não tiver o conhecimento e a inteligência para saber como usá-la.
Com a evolução e desenvolvimento da informática, hoje as grandes fábricas utilizam máquinas automatizadas e muitas vezes sem o comando do homem. É o caso da fabricação de automóveis, onde há a utilização de máquinas-robôs que garantem uma produção em grande escala e com uma qualidade extraordinária. O homem teve de reaprender como aplicar as suas faculdades mentais dentro de um emprego, pois a era da informação exigiu isso. A Internet, por exemplo, está revolucionando as relações no trabalho, pois este acaba por aderir às comodidades e rapidez trazidas por esta, que caracteriza fortemente os tempos atuais.
Atualmente, cursar uma faculdade não é apenas para alguns que dispõem de uma boa condição financeira, mas sim algo necessário, pois o mercado de trabalho exige um perfil de uma pessoa que saiba articular bem suas ideias e ter pensamentos lógicos que tragam em consequências atitudes favoráveis ao desenvolvimento, coisas que certamente estarão em pauta dentro de um centro acadêmico.
Com o auxílio da informática, tanto os consumidores como os produtores estão em constante busca de melhores preços e novos mercados, fazendo com que a concorrência se torne uma “guerra mundial de preços e produtos” e tornando os dias de hoje uma grande e duradoura batalha, na busca de novas tecnologias e novos produtos.
Essas competições e constantes mudanças fazem parte da realidade e do processo evolutivo percorrido pela natureza do trabalho, que sofrem grandes influências devido às novas tecnologias.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

A Convergência de Mídias e o atraso tecnológico


O ser humano é movido por suas necessidades materiais, principalmente pelos seus insaciáveis desejos de tornar a vida o mais confortável possível. Mas isso só lhe foi proporcionado dentro do meio social, pois foi a partir do outro que ele pôde identificar-se e desenvolver-se no processo da comunicação e dos meios para que esta ocorra.
A comunicação humana atravessou uma linha de processo desenvolvimentista que começou desde as formas mais primitivas como as pinturas rupestres, depois passou pela cultura oral que era dada face a face com emissor e receptor no mesmo tempo e espaço. Em seguida veio a escrita que foi fortemente marcada pelo surgimento do alfabeto, tempos depois surgiu a imprensa que foi criada por Gutenberg e revolucionou os meios de comunicação, até chegar o momento vivido hoje , que é conhecido como a Era da Informática , pois nunca houve uma época tão marcada pelas evoluções tecnológicas como a que é assistida atualmente.
"Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática", assim citou Pierry Lévy em seu livro As Tecnologias da Inteligência, o que caracteriza exatamente esta era onde tudo o que se pensa é para o aperfeiçoamento tecnológico e consequentemente conforto e comodidade para a vida humana.
As transformações ocorrem de maneira muito rápida, exigindo que o próprio homem esteja informado o tempo todo, e todas essas informações vieram com o surgimento e propagação da Internet, que não é considerada uma nova mídia e sim uma incubadora de mídias. Ela trouxe novos termos como "cibercultura", que é as relações entre as tecnologias de informação e a cultura, e o "ciberespaço" definido como o espaço virtual, onde as pessoas se relacionam virtualmente, por meios eletrônicos, principalmente o computador.
Na web as informações são transmitidas em um fluxo grande e isso tem transformado o conhecimento em mercadoria, pois ele é comercializado e vendido, além do fato da informação ser passada de forma segmentada, sendo que o que passa a render dinheiro é a criação de informação e ideias, o que acarretou num processo de reestruturação capitalista que hoje é nomeada por capitalismo informacional.
Com a difusão da televisão criou-se uma nova Galáxia na comunicação, fazendo com que os demais meios se reestruturassem de acordo com o seu modelo. Ela representou o modo dominante dos meios de comunicação, porém, foi com o surgimento da Internet que a interatividade de fato de instalou, pois o rádio, o jornal e a própria televisão já estão contidos na web, por isso, estima-se que num futuro próximo não existirá mais esses meios, de forma individualizada a qual ainda temos hoje, e sim uma convergência de mídias, onde a Internet englobará todas as formas de comunicação.
A previsão é de que os grandes sites e corporações da web se aliarão e formarão um sistema de comunicação amplamente sofisticado, atingindo áreas que um jornal, por exemplo, jamais atingiria. O receptor das informações poderá interagir de forma direta com o emissor onde será fornecido aos usuários um pacote personalizado utilizando elementos que realmente sejam compatíveis com os seus interesses.
Mas sobre essas possíveis mudanças que brevemente estarão para ocorrer, ainda há sérias discussões, pois pensa-se em até quando esses avanços serão proveitosos e qual o seu impacto para a grande parte das pessoas, já que não se pode esquecer a contribuição histórica que os jornais impressos têm, os serviços sociais muitas vezes prestados pelo rádio e as informações vinculadas pela televisão, principalmente nos lugares onde não tem o acesso à Internet , como é o caso de muitas localidades rurais, apesar de já estarmos no século XXI.
Para alguns, a realidade da Internet hoje é que ela não conserva o jornalismo profissional, e sim reproduz apenas aquilo que anteriormente já foi publicado por outro jornal e consequentemente não há uma preocupação com a veracidade da notícia, o que acaba por desviar do caminho seguido pelos jornais que é a seriedade e a autenticidade das informações. Mas as expectativas acerca dessa convergência de mídias, creem que as pessoas poderão participar ativamente dos próprios noticiários, podendo assim ficar social e geograficamente mais próximos da sua própria realidade, esta é uma enorme vantagem trazida pela Internet, o rompimento de limites enfrentados pela mídia de hoje.
É preciso pensar sobre os dois pontos de vista, pois sem dúvidas a interação entre as mídias contribui para que o usuário não seja apenas um mero receptor que apenas recebe um grande fluxo de informações, mas que também ele possa participar diretamente delas. Porém, infelizmente os avanços tecnológicos não atingem a população em massa de forma unificada e sim uma pequena parte que tem acesso a toda essa tecnologia de ponta. Apesar do fato de a Nova Era exigir um grande conhecimento sobre esses avanços, ainda há uma parcela da população que vive de forma completamente primária, sem sequer ter contato com o computador que é um aparelho muito conhecido e utilizado hoje.
De acordo com o notável crescimento visto hoje, sem dúvidas, brevemente a humanidade assistirá ao seu maior processo de digitalização já ocorrido nos últimos tempos, também verá como isso tem acrescentado positivamente dentro do seu cotidiano, e que a sua busca incansável pelo conforto o impulsionou e impulsiona a fazer, descobrir e criar coisas que não eram imaginadas antes.
As suas necessidades materiais o fizeram ir além do que era tido como limitado, por isso, hoje as expressões "sem limites", "sem fronteiras", podem ser ditas tranquilamente porque realmente não há limites para a imaginação humana. Porém, infelizmente as desigualdades que regem o planeta não contribuem para que esse projeto tecnológico seja fornecido para todos de forma unificada.
No percurso histórico que o homem vem atravessando, não há como regredir, a tendência será cada vez mais de progresso, portanto por mais que ainda haja pensamentos conservadores sobre essa nova revolução nas mídias, até mesmo a possibilidade do desaparecimento do rádio, do jornal, e até da televisão, apesar de causar um impacto, não foge à realidade se seguirmos a lógica pelas quais as coisas estão evoluindo. Apesar do medo do novo, as pessoas acabarão adotando a esse novo conceito, na esperança de que seja algo que traga um benefício para todos, onde as pessoas poderão compartilhar conhecimentos, tão marcados no percurso da história humana.
Referências:
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede ; tradução: Roneide Venâncio Majer – São Paulo: Paz e terra, 1999.
- Debate entre Steven Johnson e Paul Starr